Tempos de Covid-19 e Confinamento em Casa – Daisy Borges Ribas (Psicanalista SPRJ)

Quem poderia imaginar que um inimigo invisível e desconhecido transtornaria quase toda a população do mundo em 2020? As pandemias ficam registradas na história da humanidade, mas esquecidas na nossa memória. Apenas romancistas, compositores musicais, artistas, criam suas obras com esse passado, suponho. A grande maioria de nós jamais pensou vir a enfrentar tais dificuldades.

O medo do novo desconhecido que ameaça nossa saúde é natural e inevitável, não? No momento inicial nos gera certa turbulência emocional, até que os meios e recursos pessoais e as estratégias governamentais possam responder a contento ao desafio de nos proteger destes riscos anunciados.

 Como lidar com as ansiedades e os riscos de reações depressivas no contexto atual?

     Como diz a música:

     “desesperar, jamais, aprendemos muito nesses anos, e afinal de contas não tem cabimento, entregar os pontos no primeiro tempo…”.

   O que nos cabe agora senão criar meios, buscar forças, para   lidar com as ansiedades e momentos depressivos de modo positivo? Há que se tomar a decisão de não se deixar inundar por ondas de pessimismo por tempo prolongado; depois de completo o ciclo do surto epidêmico, retornaremos para nossas rotinas de sempre.

     Estão em uso sugestões para preservar a sensação de continuidade da existência durante o confinamento, muitas sobre a organização de rotinas das atividades em horários. Desnecessário seria citar os benefícios do trabalho em home-office.

     Estipular um tempo dedicado ao noticiário e mensagens, limitar a própria exposição ao tema, se mostra uma medida necessária de proteção emocional.

     Como o confinamento requer um esforço coletivo, sentimentos de solidão ficam relativizados pela união de todos no enfrentamento do fato.

     Nessa rotina há um tempo maior para o contato entre as pessoas por diversos meios on-line. A comunicação constitui uma área livre, a exemplo das orientações da OMS e MS para o nosso auto-cuidado.

      Informações confiáveis e acolhimento  emocional de um outro nos momentos difíceis, ajudam na redução da ansiedade.

      O confinamento se reduz ao contato presencial, tem por finalidade proteger, sobretudo os grupos vulneráveis, contra os efeitos nocivos de uma disseminação da pandemia que seja veloz. A consciência de estarmos fazendo o melhor eleva a auto estima e revitaliza as forças emocionais.

      Mas a cota de prazeres é fundamental, porque não incluir atividades que nos agradam? Sim, agora nos sobra tempo em casa! E o que fazer de melhor com ele?

       Para momentos de maior angústia estão disponibilizados atendimentos de acolhimento psicológico voluntário via on-line por profissionais especializados em diversas instituições. Dentre elas a SPRJ, Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro com o programa SPRJ SOLIDÁRIA.

       O convite para a disseminação coletiva de esperança, prudência e ajuda solidária nesse tempo de enfrentamento e superação fica aqui lançado.

(O material publicado é de responsabilidade única de seu autor)

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