Suely Balassiano (Psicanalista da SPRJ)

Essa mensagem solidária e de reflexão é dedicada a você, em plena envelhescência, nos seus 65+.

Sim, estamos vivendo tempos inéditos nunca antes vividos de incerteza, inquietude que nos afetam e nos desafiam, diante de um cenário de pandemia do corona vírus, que nos provou sua fúria devastadora, que não respeita fronteiras, que nos impôs isolamento temporário, preventivo e responsável do convívio social, daqueles tanto estimamos, que mudou nossas rotinas, nossos hábitos afetuosos despertando nostalgia dos afagos, afrouxando laços íntimos, vínculos de sustentação física, separações abruptas, traumáticas que nos fazem sentir soltos, à deriva, invadidos pelo sentimento de solidão, desamparo, medo de sermos infectados e/ou agentes infectantes, vivenciando lutos pela perda de parentes ou de amigos, vítimas do covid-19.

Muito idosos argumentam, com certa indignação legítima, que se sentem impotentes, invadidos pela sensação inquietante de estar vivenciando a suspenção do tempo, ter sua intimidade violada e protestam que não podem desperdiçar esse tempo escasso, por demais valioso e curto, de vida que lhes resta.

Importante alerta, para você idoso, de que doses certas de informações confiáveis e esclarecedoras, tendo com fonte as comunidades científicas, são valiosas!

Importante é filtrar o excesso midiático, que gera uma espiral crescente de medo irracional, que de repente nos vemos capturados por uma ansiedade excessiva, incontrolável, tóxica que gera uma espécie de pandemia emocional ou melhor, pânicodemia que nos infecta, provoca estresse, tão danoso para nossa saúde física e mental.

Gostaria de convidar você, idoso, a desviar o olhar, de sair do lugar do medo irracional, que nos aprisiona e paralisa nesses tempos de distanciamento temporário, e ir em busca da rica experiência de um viver criativo! Temos recursos internos incríveis à nossa disposição, vivências emocionais e prazeres adiados, até então inexplorados!

Algumas atitudes simples podem ajudar a amenizar sentimentos de insegurança, solidão, desamparo, por exemplo, leituras que nos fascinam, manter uma comunicação viva através de telefonemas, mensagens de texto, vídeo chamadas, reencontrar amigos, através das redes sociais, que se perderam ao longo do tempo.

As crises que tanto nos desconcertam e, por vezes, nos tiram do eixo, são transitórias, têm prazo de validade, são oportunidades valiosas, com certeza dolorosas, mas também ricas experiências vividas, que nos impõem reflexões e necessidade de renovação, que nos convidam a nos tornarmos mais solidários.
Muito em breve, estaremos reforçando nossos laços físicos e abraços que nos entrelaçam e nos confortam.

Temos a sensação de algo novo estar surgindo, nos unindo seu nome, Esperança!

(O material publicado é de responsabilidade única de seu autor)

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